Renascimento


O movimento renascentista, iniciado no século XV, na Itália, recuperou os ideais clássicos e conciliou-os com a tradição cristã. O homem voltou a ser o centro do mundo, ao contrário da visão teocêntrica propagada na Idade Média. Desenvolveu-se o individualismo e o espírito crítico, surgiram múltiplas iniciativas e experiências que deram grande impulso ao panorama cultural. Estudaram-se, na arte, os modelos clássicos, graças em boa parte à recuperação do tratado de Vitrúvio, que tinha espírito científico, e buscou-se uma beleza perfeita, baseada na harmonia, na razão e na perspectiva, idéias que encontraram seu primeiro grande expoente em Leonardo da Vinci. Transformou-se nos principais centros do classicismo a Florença do século XV, com os arquitetos Filippo Brunelleschi e Leone Battista Alberti e o escultor Donatello, assim como Roma no século XVI, com Michelangelo, o arquiteto Donato Bramante e o pintor Rafael.

O alto classicismo do século XVI teve seus mais rigorosos representantes em Bramante, que realizou o tempietto de São Pedro, em Roma, com a planta centralizada e a enorme cúpula de estilo sóbrio e austero, e em Rafael, que pintou composições equilibradas e harmoniosas, com personagens delicadas e de grande beleza ("Retrato de Baltazar Castiglione"). Em Veneza, Andrea Palladio construiu diversas mansões campestres e criou o "motivo palladiano", um vão semicircular entre dois vãos adintelados.

O Renascimento literário italiano teve como seu grande precursor Petrarca, que difundiu os modelos clássicos e renovou a métrica de sua língua. Em seguida foram estudadas as teorias literárias de Horácio, resgatadas por eruditos como Gian Giorgio Trissino e Julius Caesar Scaliger, que em suas Poetice (1561; Poéticas) estabeleceu a regra das três unidades (tempo, lugar e ação), conforme o modelo aristotélico.

Partindo da Itália, essa corrente classicista estendeu-se por toda Europa, chegando até à corte francesa de Francisco I (Fontainebleau), à corte espanhola de Carlos V (I da Espanha) e Felipe II (o Escorial), e à corte portuguesa de D. João III, em que viveu Camões, um dos mais altos poetas do Renascimento. Depois dos grandes mestres, porém, seus seguidores caíram freqüentemente no academicismo e na imitação, realizando obras "à maneira" (maneirismo) dos grandes mestres. Esse espírito anticlássico maneirista transformou-se numa corrente barroca que, na Itália, tomou dois caminhos opostos: o naturalismo de Caravaggio e o classicismo dos irmãos Carracci, artistas ecléticos que se basearam nos grandes mestres do século XVI para decorar a galeria do palácio Farnese, e conferiram grande importância à natureza e ao desenho.

Veja também:
Antiguidade Clássica
Classicismo Francês
Neoclassicismo

     
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