Antiguidade Clássica


O período clássico por excelência da arte grega foi o século V a.C., quando, principalmente em Atenas, estabeleceram-se os princípios fundamentais do classicismo. Nas artes plásticas, partia-se das proporções ideais do corpo humano para chegar à proporção total no universo. Essa concepção relacionava-se às idéias dos pitagóricos, para os quais a harmonia se fundava nos números.

Na arquitetura, a linguagem clássica difundiu-se com maior intensidade graças ao êxito das duas grandes ordens: a dórica, sóbria e rigorosa, e a jônica, de maior plasticidade. A Acrópole de Atenas, com seu estudado equilíbrio de ambas, constituiu a síntese do espírito grego. Uma mesma preocupação estética marcou os escultores Fídias, Miron e Policleto. Este último, com seu "Doríforo", fixou as proporções ideais do corpo humano.

Embora os poemas de Homero já apresentassem concepções clássicas, foram os filósofos Platão e Aristóteles e os trágicos Sófocles, Ésquilo e Eurípides que estabeleceram as normas e princípios literários fundamentais que reapareceriam ao longo da história nas diversas versões do classicismo. Este encontrou em Platão um caminho para a idealização da realidade, enquanto que Aristóteles, em sua Poética, estabeleceu os princípios da mimese ou imitação da natureza.

O mundo romano, mais pragmático, viu-se atraído pela estética grega, e acentuou seus traços naturalistas (bustos, estátuas-retrato e relevos históricos). Vitrúvio, em De architectura, consagrou o emprego das ordens clássicas. No campo da literatura, o poeta Horácio, no século I a.C. reuniu em sua Ars poetica os ensinamentos de Aristóteles - coerência, ordem, harmonia --, sustentou que a literatura deveria "ensinar e deleitar" e defendeu a necessidade de combinar o talento com o empenho reflexivo: "De que serviria o trabalho sem uma grande inspiração, ou o trabalho sem empenho? Um precisa do outro, e ambos conspiram juntos, amistosamente." A Eneida, de seu contemporâneo Virgílio, representa a expressão poética máxima dessa filosofia.

Na Europa medieval, os ideais clássicos nunca chegaram a desaparecer, graças às ordens monásticas, aos bizantinos e aos muçulmanos, que souberam compilar e difundir as grandes obras da antiguidade. Essa tradição também foi resgatada no Renascimento, por meio do humanismo.

Veja também:
Classicismo Francês
Neoclassicismo
Renascimento
     
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