Ateísmo na Filosofia Ocidental

Antiguidade. A dificuldade de se aplicar o conceito atual de ateísmo a pensadores de outras épocas se patenteia já no caso do primeiro filósofo grego conhecido, Tales de Mileto, que identificava o princípio vital com a água; a depender de onde se põe a ênfase -- se na noção de princípio ou na da água como entidade física --, tal afirmação pode ser entendida como transcendente ou como meramente materialista. Entre os sofistas, Crítias denunciou as religiões como invenções dos políticos para controlarem o povo e, no século III a.C., Evêmero esboçou uma interpretação racionalista da religião, considerando os deuses como antigos heróis divinizados.

Platão achava que a pior forma de ateísmo é a das pessoas más, que esperam poder propiciar a divindade mediante doações e oferendas que lhes justifiquem os descaminhos. Entre os ateus materialistas da antiguidade, foram particularmente radicais os gregos Demócrito e Epicuro, assim como o romano Lucrécio. De Epicuro é o célebre argumento: se Deus quer suprimir o mal e não pode, é impotente; se pode mas não quer, é invejoso; se não quer nem pode, é invejoso e impotente; se quer e pode, por que não o faz? Para os estóicos, Deus, Razão, Destino e Natureza constituem uma mesma coisa; mas seu panteísmo fundamenta uma calorosa e profunda religiosidade.

Veja também:

Ateísmo no Renascimento
Ateísmo no Iluminismo
Ateísmo Moderno
Conceito Filosófico e Religioso
Possibilidade de um Ateísmo Religioso
     
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