Historiografia no Brasil


Depois da carta de Pero Vaz de Caminha, principal relato testemunhal do descobrimento do Brasil, as primeiras crônicas só foram escritas em fins do século XVI. As cartas-relatório dos jesuítas e os documentos informativos de outras ordens religiosas constituem valioso acervo documental, assim como as crônicas propriamente ditas, como as de Fernão Cardim e Gabriel Soares de Sousa. Nos três primeiros séculos que se seguiram ao descobrimento só foram escritas três histórias do Brasil: a de Pero de Magalhães Gândavo, Tratado da terra do Brasil, só publicado em 1826; a de frei Vicente do Salvador, das três a mais valiosa, concluída em 1627, porém inédita até 1887; e a de Sebastião da Rocha Pita, História da América Portuguesa (1730).

Coube ao inglês Robert Southey escrever uma History of Brazil (1810-1819), obra a que se deve o início de nova fase historiográfica para o Brasil. Com História geral do Brasil, antes de sua separação e independência de Portugal (1854-1857), Francisco Adolfo de Varnhagen renovou o conhecimento do passado do país, ao pesquisar arquivos brasileiros, portugueses, espanhóis e de outros países.

Coube a João Capistrano de Abreu orientar toda uma geração de historiadores para a pesquisa erudita, sobretudo para a crítica de relatos e crônicas do período colonial. Rodolfo Garcia deu prosseguimento a sua obra e iniciou a importante série dos "Documentos históricos", da Biblioteca Nacional.

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado em 1838, desempenhou um papel decisivo na historiografia nacional, com a publicação de revistas e documentos de grande significação histórica. Só recentemente a historiografia brasileira deixou de consagrar-se preponderantemente à história política, e passou a abarcar uma apreciável gama de trabalhos de história econômica e demografia histórica.

Veja também:
Historiografia Moderna

     
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