Historiografia Moderna A pesquisa histórica sobre os gregos prosseguiu nos séculos XVII e XVIII, revelando interesse também pela história escrita no Oriente. A crítica textual de documentos ofereceu novo material crítico. Voltaire publicou as primeiras obras historiográficas modernas, entre elas Le Siècle de Louis XIV (1751; O século de Luís XIV), reagindo contra o uso da história como mero registro de acontecimentos políticos. A revolução francesa levou à criação do primeiro arquivo histórico nacional, permitiu acesso à documentação da nobreza e da igreja e propiciou o nascimento do nacionalismo histórico. A esse nacionalismo uniu-se o culto da Idade Média pelos historiadores do romantismo, como Jules Michelet ou François Guizot. O século XIX assistiu ao crescente desenvolvimento da historiografia alemã. Com Wilhelm von Humboldt, a Universidade de Berlim, criada em 1810, transformou-se na grande instituição para os estudos históricos, que se desenvolveram também nos outros países europeus e na América, até se conseguir uma grande pluralidade de opções e um aperfeiçoamento notável das técnicas de pesquisa histórica. Ao longo do século XIX, chamado "o século da história", os países europeus fomentaram o estudo e o ensino da história, ao compreender a importância dessa disciplina para a formação do sentimento nacional. Os governos utilizaram documentos e pesquisas históricas para justificar reivindicações territoriais ou aspirações hegemônicas. A formação metodológica passou a ser a característica fundamental do professor e do pesquisador da história. A figura do historiador profissional estendeu-se da Alemanha aos demais países da Europa, aos Estados Unidos, à América Latina e a outras partes do mundo. Do último terço do século XIX à segunda década do século XX desenvolveu-se a tendência positivista no campo da historiografia. Seguindo métodos racionalistas, os historiadores concentraram-se na realização de sínteses históricas que permitiam integrar em perspectivas de caráter geral a análise de extensas documentações. O estudo da história cindiu-se em várias ramificações (história geral, econômica, social, cultural etc.) e os fatores econômicos e quantitativos, freqüentemente analisados a partir das premissas do marxismo, ganharam espaço cada vez maior nos trabalhos históricos, sobretudo na segunda metade do século XX. O intercâmbio bibliográfico, os congressos internacionais, a publicação de revistas e os trabalhos de colaboração entre diversos países contribuíram para aproximar as propostas metodológicas das escolas historiográficas nacionais. Veja também:
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