Lucrécio
(96 - 51 a.C.)

A fama do poeta latino Lucrécio reside em sua única obra, o poema filosófico De rerum natura (Sobre a natureza das coisas), exposição das doutrinas de Epicuro.

Segundo São Jerônimo, Lucrécio, cujo nome latino era Titus Lucretius Carus, nasceu entre os anos 96 e 93 a.C., provavelmente em Roma. Enlouqueceu depois de ingerir um filtro de amor e foi nos períodos de lucidez que escreveu sua obra, posteriormente emendada e corrigida por Cícero, e suicidou-se aos 44 anos de idade. Essa cronologia parece correta, embora difira ligeiramente de outras fontes indiretas. A relação com Cícero é confirmada numa carta deste a seu irmão, em que elogia a poesia de Lucrécio. Entretanto, são duvidosas as referências à loucura e posteriores emendas dos poemas, que poderiam explicar-se pela intenção de desacreditar um epicurismo oposto às idéias cristãs. De qualquer forma, tendo em vista que Lucrécio foi evidentemente um autor culto e conheceu Cícero, a carência de fatos sobre ele pode indicar algum episódio obscuro em sua vida.

De rerum natura é uma tradução do título da principal obra de Epicuro, Peri physeos, assim como do épico didático de Empédocles, autor também admirado por Lucrécio. O poema se divide em seis livros, que desenvolvem as teorias físicas e éticas de Epicuro, mas Lucrécio também ataca os estóicos e rejeita as teorias dos pré-socráticos Heráclito, Empédocles e Anaxágoras. Para Lucrécio, o mundo é obra do acaso e nasceu da fusão fortuita dos átomos. A alma, também composta de átomos, desaparece com o corpo. Os fenômenos da natureza devem-se a causas mecânicas e não à intervenção divina. Num mundo imperfeito e hostil, o sábio, isento de ambições e paixões, limita-se aos prazeres do espírito. Só o conhecimento, portanto, leva a uma vida livre e serena. Segundo são Jerônimo, Lucrécio suicidou-se no ano 50 ou 51 a.C.

     
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