Isolamento Geográfico e Reprodutivo


Quando Darwin visitou as ilhas Galápagos, impressionou-o encontrar ali inúmeras espécies que não existiam em nenhum outro lugar. Certos pássaros da subfamília dos geospigíneos, por exemplo, diferenciaram-se, em Galápagos, em 14 espécies, pertencentes a quatro gêneros, não representadas em nenhum outro lugar. A principal diferença entre as espécies está no bico, que vai desde um tipo curvo e robusto, como o dos periquitos, até um tipo fino e delgado, que corresponde, em cada espécie, ao tipo de alimento usado (frutos, grãos, insetos) e tem, portanto, evidente função adaptativa.

É provável que o arquipélago tenha sido ocupado por aves vindas do continente, que ocuparam as diferentes ilhas e constituíram populações relativamente isoladas, que puderam evoluir independentemente, até virem a formar espécies distintas. Numa ilha onde abundavam insetos pequenos as mutações que tornavam o bico delicado foram fixadas pela seleção natural, enquanto em outra ilha, rica em sementes duras, o bico forte tinha maior valor adaptativo e por isso se diferenciou.

Isolamento Reprodutivo

A distribuição da espécie Rana pipiens por toda a área dos Estados Unidos determinou um isolamento geográfico entre as populações mais distintas. Assim, exemplares do extremo norte podem cruzar-se, no laboratório, com exemplares do extremo sul, mas os embriões morrem antes da eclosão, o que demonstra que, mesmo que as duas raças vivessem lado a lado, não poderiam trocar genes, pois os híbridos são inviáveis.

Entretanto, cada população da Rana pipiens dá prole fértil, ao cruzar-se com outra população contígua, e isso desde o norte até o sul dos Estados Unidos. Assim, um gene surgido por mutação no extremo norte teria a possibilidade de ser introduzido na população da Flórida, migrando por meio das outras. Todavia, se as populações intermediárias desaparecessem, em conseqüência de modificações geológicas, e as duas populações extremas passassem a conviver no mesmo ambiente, a troca de genes entre elas seria impossível: elas constituíram duas espécies distintas.

Provavelmente, a distribuição da espécie pela enorme área que ocupa determinou um isolamento geográfico entre as populações mais distantes; ao mesmo tempo, tais populações encontraram ambientes diferentes, que fizeram com que seu patrimônio hereditário evoluísse em direções diversas, sob a influência das mutações e da seleção natural. Nas populações mais extremas, essa diferenciação atingiu um ponto tal que a produção de híbridos viáveis tornou-se impossível. Surgiu, então, em conseqüência do isolamento geográfico, um isolamento reprodutivo total entre elas.

Veja também:
Mecanismo da Evolução
Origem das Raças

     
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