Por abraçar idéias místicas depois de afastado da Igreja Ortodoxa, Soloviov foi excomungado. Seu misticismo acentuou-se: teve visões e passou um tempo nos desertos do Egito e da Arábia. No fim da vida, embora molestado pela censura, desenvolveu intensa atividade jornalística, defendendo os judeus e exigindo reformas democráticas na Rússia czarista.
Vladimir Sergueievitch Soloviov nasceu em Moscou em 16 de janeiro (28 de janeiro, no calendário juliano) de 1853. Filho do historiador Serguei Soloviov, cresceu em ambiente eslavófilo. Em 1875 foi encarregado de cursos na Universidade de Moscou, mas perdeu o cargo após o assassinato do czar Alexandre II, em 1881, quando se manifestou contra a execução dos terroristas que cometeram o crime.
Em Dunkhovnia osnovy jisni (1884; Os fundamentos espirituais da vida), sua obra principal, expôs uma filosofia da religião com muitos pontos de contacto com as heresias gnósticas do cristianismo primitivo. Em L'Idée russe (1888; A idéia russa), que escreveu em francês, é patente a influência do pan-eslavismo messianista de Dostoievski. Em La Russie et l'Église universelle (1891; A Rússia e a igreja universal), igualmente em francês, manifestou-se pela difusão do cristianismo bizantino na Europa ocidental, mas também pela europeização da Rússia, visando ao estabelecimento de uma igreja ecumênica.
Em Tri razgovora o voine, progresse i konce vsemirnoi istorii (1899; Três conversações sobre a guerra, o progresso e o fim da história universal), obra enigmática sobre o fim do mundo, predisse a derrota do czarismo pelos japoneses. Influenciado pela poesia francesa, escreveu seus versos, parcialmente publicados em Stikhotvorenie (1891; Poemas), em estilo simbolista. Foi grande sua influência sobre os poetas simbolistas russos (Annenski e, sobretudo, Blok) e sobre os pensadores Rosanov e Berdiaev. Vladimir Soloviov morreu em Moscou em 31 de julho (13 de agosto, no calendário juliano) de 1900.