Tobias Barreto marcou a cultura brasileira, no fim do século XIX, por sua atuação polêmica contra o conformismo retórico. Foi o grande animador da chamada "escola do Recife", formando discípulos como Sílvio Romero, Artur Orlando e Graça Aranha.
Mestiço pobre, de inteligência invulgar, Tobias Barreto de Meneses nasceu na vila de Campos SE em 7 de junho de 1839. Após as primeiras letras, partiu para Estância, onde estudou latim e música. Na Bahia, em 1861, tentou a carreira eclesiástica, mas foi expulso do seminário por seu temperamento independente e boêmio.
Chegou a Recife em 1862. Trocou desafios poéticos com Castro Alves e se formou em direito (1869). Morou a seguir em Escada (1871-1881), onde editou um jornal em alemão, língua que aprendeu sozinho, e fez advocacia e política, elegendo-se deputado provincial. De regresso a Recife, tornou-se professor da Faculdade de Direito, na qual ingressou por concurso de grande repercussão.
Escrevendo sempre para a imprensa, não elaborou obra sistemática: seus livros, com raríssimas exceções, são coletâneas de artigos. Sua poesia, de feitio romântico-condoreiro, é relativamente modesta e está contida no volume Dias e noites (1881). Além deste livro, publicou em vida Ensaios e estudos de filosofia e crítica (1875); Estudos alemães (1883); Menores e loucos em direito criminal (1884); Questões vigentes de filosofia e de direito (1888).
Cultuado pelos discípulos, em particular Sílvio Romero, que o apontou como "hábil em fazer um especial consórcio de lirismo, de humor e de erudição", Tobias Barreto morreu em Recife em 26 de junho de 1889. Suas obras completas, editadas pelo governo de Sergipe (1925-1926), foram reeditadas, a partir de 1963, pelo Instituto Nacional do Livro.