Um dos expoentes do positivismo lógico, Carnap procurou construir um sistema formal de lógica indutiva, cujo conceito central é o grau de credibilidade, ou de probabilidade, que é possível atribuir a uma hipótese.
Rudolf Carnap nasceu em Wuppertal, Alemanha, em 18 de maio de 1891. Foi aluno de Gottlob Frege, um dos maiores lógicos de seu tempo, com quem estudou matemática, lógica e ciências físicas. Em 1926 transferiu-se para a capital austríaca e juntou-se ao Círculo de Viena, grupo de filósofos, matemáticos e outros especialistas que se reunia para discutir temas ligados à filosofia. Desses encontros surgiram as idéias iniciais com que Carnap construiu sua teoria do positivismo lógico, que busca aplicar na filosofia a precisão e o rigor das ciências exatas.
Entre 1931 e 1935, Carnap viveu em Praga, Tchecoslováquia, onde escreveu seu famoso ensaio sobre a confirmabilidade das hipóteses científicas por meio da comparação entre predições e dados experimentais observáveis. Diante da iminente invasão nazista, mudou-se para os Estados Unidos, onde lecionou nas universidades de Chicago e Harvard. Com o sociólogo Otto Neurath, seu contemporâneo no Círculo de Viena, e com o filósofo Charles Morris, fundou a International Encyclopedia of Unified Science (Enciclopédia Internacional da Ciência Unificada) que começou a ser publicada em 1938.
Grande estudioso dos problemas da linguagem, mostrou especial interesse pelas línguas artificiais, e defendeu a utilização do esperanto e da interlíngua -- desenvolvida pelo matemático e lingüista Giuseppe Peano. Carnap defendeu a abordagem de assuntos técnicos em linguagens elaboradas com base no simbolismo lógico, que teriam sua estrutura e interpretação definidas por normas sintáticas e semânticas. Entre 1952 e 1954 Carnap participou do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, passando depois para a Universidade da Califórnia, onde estudou a lógica indutiva. Faleceu em Los Angeles em 14 de setembro de 1970.