A aplicação de métodos de análise originários da lingüística aos mais diversos campos disciplinares constituiu uma das grandes contribuições de Roland Barthes à cultura contemporânea.
Roland Gérard Barthes nasceu em Cherbourg, França, em 12 de novembro de 1915. Acometido de grave afecção pulmonar, tardou a concluir seus cursos universitários de filologia e línguas clássicas, mas a partir de 1943 ocupou vários cargos acadêmicos.
Seu primeiro livro, Le Degré zéro de l'écriture (1953; O grau zero da escritura), constituiu um exame das arbitrariedades da linguagem. Decidido partidário da concepção estruturalista, Barthes considerava que a semiologia -- estudo dos signos -- devia integrar-se à análise geral das relações entre os termos lingüísticos, e que isso não se limitava à linguagem verbal, mas se estendia a qualquer outro âmbito da realidade. Desta forma, em Mythologies (1957; Mitologias) e La Tour Eiffel (1964; A torre Eiffel) analisou os símbolos e atitudes da burguesia; em Système de la mode (Sistema da moda) estudou os códigos que regem o universo mencionado no título; e em Sur Racine (1963; Sobre Racine), Le Plaisir du texte (1972; O prazer do texto) e S/Z (1970) apresentou sua concepção da análise literária como exame não da história dos estilos, mas dos "signos da literatura".
Apesar de seu prestígio intelectual, que em 1976 lhe valeu a primeira cátedra de semiologia literária no Collège de France, Barthes só teve sucesso popular quando adotou um estilo mais acessível em Roland Barthes par Roland Barthes (1975) e Fragments d'un discours amoureux (1977; Fragmentos de um discurso amoroso). Roland Barthes morreu em 26 de março de 1980, num acidente de automóvel.