Sistematizador do ceticismo, Pirro fundou uma doutrina prática, também conhecida como pirronismo, que se caracteriza por negar ao conhecimento humano a capacidade de encontrar certezas.
Supõe-se que o filósofo grego Pirro tenha nascido por volta do ano 360 a.C. Acompanhou Alexandre o Grande na conquista do Oriente, ocasião em que entrou em contato com os faquires da Índia. Estudou filosofia com Anaxarco de Abdera e, em torno do ano 330, instalou-se como professor na cidade de Élida.
Em sua viagem ao Oriente, Pirro observou que a disciplina dos faquires podia conduzi-los à mais absoluta indiferença em relação às circunstâncias. Disso derivava, conforme entendeu, uma felicidade superior, não sujeita ao mundo. Ao meditar sobre os discursos filosóficos de sua época, comprovou que todas as doutrinas eram capazes de encontrar argumentos igualmente convincentes para a razão. Desdobrou sua filosofia em três questões: qual a natureza das coisas, como devemos portar-nos ante elas e o que obtemos com esse comportamento. Convencido de que os sentidos humanos não são capazes de captar por si mesmos a realidade das coisas, concluiu que se deve suspender a expressão de juízos sobre a realidade. Chamou de epoke a suspensão do juízo. Para Pirro, toda intenção de ir além das aparências está condenada ao fracasso pelas deficiências dos sentidos e pela fraqueza da razão.
Os ensinamentos de Pirro exerceram influência sobre a Média e a Nova Academia. Durante o século XVII voltaram à atualidade em razão da reedição dos livros de Sexto Empírico, que codificara as obras doutrinárias da escola cética no século III da era cristã. Pirro de Élida morreu por volta de 272 a.C.