Em oposição ao behaviorismo e ao estruturalismo, que haviam centrado seus estudos no sistema formal da língua, a gramática generativa e transformacional desenvolvida por Noam Chomsky introduziu novamente a pesquisa das relações entre pensamento e linguagem.
Nascido em 7 de dezembro de 1928 em Filadélfia, Estados Unidos, Avram Noam Chomsky seguiu os passos do pai, um erudito judeu dedicado à lingüística histórica. Em 1955 obteve o doutorado. Dois anos depois apareceu seu primeiro trabalho importante, Syntactic Structures (Estruturas sintáticas), que versava sobre os fundamentos matemáticos e lógicos das análises sintáticas dos estruturalistas. Nessa obra, o autor já assinalava que a lingüística não pode se limitar a descrever a estrutura formal de uma língua, e sim deve oferecer um modelo que permita determinar as estruturas lingüísticas "profundas", comuns a diferentes construções sintáticas, e também explicar seus processos de transformação.
As teses de Chomsky foram estabelecidas em Aspects of the Theory of Syntax (1965; Aspectos da teoria da sintaxe), em que se expunham os princípios básicos da gramática generativa. Partindo da idéia de que todo sujeito possui um conhecimento inato dos mecanismos profundos da linguagem, Chomsky afirmava que os enunciados lingüísticos assentam sobre certo número de modelos abstratos; a partir destes e mediante as regras de transformação, cada indivíduo falante poderia criar um número ilimitado de frases corretas. Existe na língua, portanto, uma "criatividade" que não pode ser explicada como mera aprendizagem - no sentido estrito da psicologia behaviorista - nem por uma análise estrutural descritiva.
Em obras posteriores, Chomsky acentuou a necessidade de que a lingüística servisse de base para desenvolver uma "gramática universal", subjacente a todas as línguas, que permitisse o estudo das bases do pensamento: Language and Mind (1968; Linguagem e pensamento). Tal postura, que situa o homem como centro de toda reflexão, também levou o autor a expressar de forma contundente suas opiniões políticas; assim, American Power and the New Mandarins (1969; O poder norte-americano e os novos mandarins) mostrava sua oposição à intervenção americana na guerra do Vietnam.
Em suas obras seguintes, Chomsky tendeu cada vez mais a enquadrar os estudos lingüísticos numa reflexão geral sobre questões éticas, filosóficas e sociais. Exemplos dessa fase são títulos tão como The Political Economy of Human Rights (1979; Economia política dos direitos humanos) e Language and Responsibility (Linguagem e responsabilidade).