Um dos principais representantes do existencialismo cristão, escola filosófica que busca examinar a condição humana numa perspectiva cristã, Berdiaeff tornou-se crítico da maneira como as idéias de Karl Marx foram postas em prática na União Soviética.
Nikolai Aleksandrovitch Berdiaeff nasceu em Kiev em 6 de março de 1874. Na universidade local, envolveu-se em atividades marxistas que causaram sua condenação, em 1899, a três anos de exílio. Cumprida a sentença, tomou parte numa revivescência cultural e religiosa em São Petersburgo. Ao mudar-se para Moscou, em 1907, aderiu por algum tempo à Igreja Ortodoxa Russa.
Após a revolução de 1917, lecionou filosofia na Universidade de Moscou, mas entrou em conflito com o regime e foi expulso do país. Radicou-se em Paris, onde com outros exilados fundou em 1924 uma academia de estudos filosóficos e religiosos. No ano seguinte, fundou também um jornal, Put', por meio do qual combateu o comunismo. Inconformista, combateu também a ordem industrial capitalista, responsabilizando-a pela desumanização da sociedade e da cultura.
Entre os mais de vinte livros nos quais expôs sua filosofia personalista e existencial da liberdade e do ato criador, destacam-se O naznatcheni tcheloveka (1931; O destino do homem) e Essai de métaphysique eschatologique (1946; Ensaio de metafísica escatológica), um dos publicados originalmente em francês. Berdiaeff morreu em Clamart, França, em 23 de março de 1948.