Nicolau de Cusa
(1401 - 1464)

Pela diversidade de disciplinas que abordou, Nicolau de Cusa foi sempre considerado um modelo do "homem universal" preconizado pelo Renascimento, para cujo anseio de conhecimento abriu novos caminhos.

Nicolau de Cusa, ou Nicolau Cusano, nasceu em 1401 em Cusa (Kues), cidade alemã da diocese de Treves. De origem humilde, pôde estudar graças ao apoio de uma congregação monástica. Em 1424 doutorou-se em direito pela Universidade de Pádua e, dois anos depois, ordenou-se. Em 1432 participou do Concílio de Basiléia e das reformas eclesiásticas propostas então. É dessa época seu tratado De concordantia catholica (1433), vasto projeto de reorganização da igreja, após o cisma do Ocidente, no qual ele apoiava a supremacia do concílio sobre o pontífice. Mais tarde, em nome da conciliação, pôs-se a favor do papado.

Em 1440 escreveu sua obra filosófica mais importante, De docta ignorantia (Sobre a ignorância erudita), em que desenvolveu a tese de que Deus escapa ao entendimento humano finito, incapaz de captar o infinito, que só pode ser intuído. Contudo, a docta ignorantia, isto é, a consciência dos limites da razão, não impossibilita o conhecimento. Ao contrário, todo o universo é uma "explicação" de Deus e, por isso, o homem deve perseverar no estudo do mundo natural, que o aproximará cada vez mais do limite divino.

Em 1437 Nicolau de Cusa foi enviado em missão diplomática a Constantinopla, hoje Istambul, o que lhe deu oportunidade de conhecer numerosas personalidades do mundo bizantino e de entrar em contato com a ciência grega. Defendeu então a necessidade da experimentação nas ciências aplicadas e destacou-se por seus trabalhos em medicina, botânica e astronomia. Nesta última disciplina, antecipou algumas das teses de Copérnico. Seu eficaz trabalho diplomático e o papel de renovador da vida monástica lhe valeram a nomeação para cardeal e, em 1460, para bispo de Brixen. Morreu em Todi, Umbria, então pertencente aos estados pontifícios, em 11 de agosto de 1464.

     
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