O pensador estruturalista Michel Foucault elaborou uma análise original dos discursos que regem as instâncias de saber e poder da sociedade, criticou a psiquiatria e a psicanálise tradicionais e deixou inacabada uma alentada história da sexualidade.
Michel Paul Foucault nasceu em Poitiers, França, em 15 de outubro de 1926. Estudou na École Normale Supérieure, em Paris, diplomou-se em psicologia e psicopatologia e, a partir de 1960, passou a ensinar na Universidade de Clermont-Ferrand e em instituições universitárias da Alemanha e da Suécia. Em 1954 publicou Maladie mentale et psychologie (Doença mental e psicologia). Com Folie et déraison: histoire de la folie à l'âge classique (1961; História da loucura na idade clássica), sua tese de doutorado na Sorbonne, na qual analisa a maneira como era tratada a loucura no século XVII, firmou-se como filósofo. O trabalho de investigação e reconstrução do passado encontrou expressão plena em Les Mots et les choses (1966; As palavras e as coisas), que recebeu como subtítulo "uma arqueologia das ciências humanas". A principal questão discutida nessas obras diz respeito ao sistema de normas fundamentais que regem a sociedade e, especialmente, os princípios de exclusão pelos quais se distinguem indivíduos "normais" e "anormais", ou a sanidade da demência.
Em 1970, Foucault passou a lecionar história do pensamento no Colégio de França. Dedicou seus últimos anos à redação da Histoire de la sexualité (1976-1984: História da sexualidade), do qual publicou apenas os três primeiros volumes. Morreu em Paris, em 25 de junho de 1984.