A formação filosófica e a influência do movimento místico judeu denominado hassidismo levaram Buber à elaboração de sua filosofia do diálogo.
Filósofo e escritor judeu, Martin Buber nasceu em Viena em 8 de fevereiro de 1878. A princípio distante do judaísmo, dedicou-se em Viena, Berlim e Zurique ao estudo da filosofia e da história da arte. Em 1898 ingressou no movimento sionista. Após dirigir as revistas Der Jude e Die Kreatur, foi professor de filosofia da religião e ética judaica na Universidade de Frankfurt (1924-1933). Em 1938, por causa da perseguição nazista, foi para a Palestina, onde lecionou na Universidade Hebraica até 1951.
A atividade intelectual de Buber abrangeu vários campos: filosofia e sociologia, sionismo e hassidismo, exegese da literatura bíblica, traduções e ensaios. Além da influência do misticismo alemão e de sua passagem pelo socialismo religioso, foi marcado pelo pensamento de Hermann Cohen e Edmund Husserl, bem como de Kant, Kierkegaard e Nietzsche. Defendendo a reconciliação entre a atitude científica e a experiência religiosa, influenciou vários pensadores, entre os quais Denis de Rougemont e Paul Tillich. Sua doutrina foi expressa nos livros Ich und Du (1923; Eu e tu) e Zwiesprache (1934; Diálogo).
Buber explorou a aplicação do método de "eu e tu", a que chamou "princípio dialogal", aos problemas da comunidade e da educação. Utilizou o mesmo método na interpretação da Bíblia, vendo a ligação entre Deus e Israel como exemplo dessa "relação dialogal": a fé é um diálogo entre Deus e o homem. Deus se manifesta ao homem e este se apropria da palavra de Deus. Buber morreu em Jerusalém a 13 de junho de 1965.