François de La Rochefoucauld

(1613-1680)

Muitas das máximas de François VI, duque de La Rochefoucauld, se incorporaram ao imaginário coletivo, recitadas há gerações sem atribuição. Não é para menos: com ironia fina e profundo pessimismo, seus escritos revelam uma acachapante habilidade de descrever as fraquezas e rodeios morais a que todos estamos sujeitos. Reflexões como “Nunca somos tão felizes nem tão infelizes quanto imaginamos”, “Prometemos segundo nossas esperanças e cumprimos segundo nossos temores”, “Há bons casamentos, mas não deliciosos”, “Não podemos olhar fixamente nem o sol nem a morte”, “Os defeitos do espírito, assim como os do rosto, aumentam com a velhice”, ou “Não temos força suficiente para seguir toda a nossa razão” soam tanto familiares quanto cruelmente precisas… Importante moralista e pensador francês, membro da alta nobreza, envolvido nas intrigas da corte e personagem-chave da Fronda, a guerra civil que dividiu a França entre os anos de 1648 e 1653, La Rochefoucauld somou a experiência nos círculos aristocráticos, frívolos e mundanos, sedentos de poder e reconhecimento em que vivia à observação filósofica, ajudando a consolidar e popularizar as máximas como gênero literário.

François de La Rochefoucauld (1613-1680) foi um escritor e importante moralista e pensador francês.

François de La Rochefoucauld (1613-1680) nasceu em Paris, França, no dia 15 de setembro de 1613. De família aristocrática, filho do príncipe da Marilac, entrou para a carreira militar e participou da Guerra dos Trinta Anos. Envolvendo-se em intrigas contra o cardeal Richelieu em favor da rainha Ana da Áustria, foi preso e exilado na Holanda e na Picardia.

Após a morte do cardeal Richelieu, em 1642, retornou para a França. Entre 1648 e 1652 participou da Fonda, uma guerra civil que agitou a França, contra o ministério do cardeal Jules Mazarin no reinado de Luís XIV. No último ano da guerra civil, foi ferido gravemente e escapou para Luxemburgo, encerrando sua carreira de soldado e conspirador.

Quando foi autorizado a regressar à França, passou a se dedicar à literatura e a frequentar os salões literários. Tornou-se amigo da Marquesa de Sevigué, da Madame de Sablé e especialmente da Marquesa de La Fayette.

François de La Rochefoucauld foi um dos introdutores do gênero de máximas (expressão sucinta de um pensamento social) e epigramas (composição poética que termina com um pensamento engenhoso ou satírico), que de divertimento social se popularizaram e se transformaram em gênero literário.

Com ironia, seus textos revelam um profundo pessimismo e fraqueza moral. Entre eles destacam-se: “Os defeitos do espírito, assim como os do rosto, aumentam com a velhice”, “Não podemos olhar fixamente nem o sol nem a morte” “Prometemos segundo nossas esperanças e cumprimos segundo nossos temores” e “Nunca somos tão felizes nem tão infelizes quanto imaginamos”.

François de La Rochefoucauld publicou apenas dois trabalhos: “Memórias de M. D. L. R” (1624/1632), uma autobiografia onde relata as intrigas após a morte de Luís XIII, as guerras de Paris e da Guiana e a prisão dos príncipes, e “Máximas e Reflexões Morais” (1664), onde resumiu seu desencanto com o gênero humano.

François de Rochefoucauld faleceu em Paris, França, no dia 17 de março de 1680.
     
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