No Reino Unido do século XIX, que se projetara como primeira nação industrializada e cultuava o utilitarismo como ideologia suprema, o economista e filósofo John Stuart Mill lançou as bases da revisão dessa doutrina e dedicou-se ao estudo de numerosas questões sociais de seu tempo.
John Stuart Mill nasceu em Londres, em 20 de maio de 1806. Filho do historiador, filósofo e economista James Mill, estudou as obras de John Locke, Adam Smith e David Ricardo. Na França, conheceu o utilitarista Jeremy Bentham, cujas idéias compartilhou por algum tempo. Outros movimentos progressistas, como o feminismo, também o atraíram.
Em sua principal obra filosófica, A System of Logic (1843; Sistema de lógica), escolheu o método indutivo como instrumento científico de conhecimento e afirmou que a dedução não é mais que uma manifestação generalizada dos mecanismos indutivos do pensamento. Sobre teoria econômica escreveu Essays on Some Unsettled Questions of Political Economy (1844; Ensaios sobre algumas questões não resolvidas da economia política) e Principles of Political Economy (1848; Princípios de economia política).
Mill defendeu a limitação do crescimento populacional e a criação de cooperativas, entre outras medidas, para minorar os efeitos das contradições do capitalismo. Distinguiu entre as leis de produção e distribuição e não se conformava com um sistema de distribuição que condenava as classes trabalhadoras a uma existência miserável e, em muitos casos, de fome.
Nos últimos anos de vida, Mill dedicou-se ao estudo de novas questões sociais, filosóficas e morais. Escreveu obras como On Liberty (1859; Sobre a liberdade) e Three Essays on Religion (Três ensaios sobre religião), publicada postumamente em 1874. Depois de uma breve carreira política e de um período como reitor da Universidade de Saint Andrews, retirou-se para Avignon, França, onde morreu em 8 de maio de 1873.