Criador da psicologia da ação ou intencionalismo, Brentano defendeu a existência real do objeto de conhecimento independentemente do sujeito pensante, e foi um precursor da moderna fenomenologia.
Franz Brentano nasceu em 6 de janeiro de 1838 em Marienberg, então no império austro-húngaro. Em 1864 ordenou-se e em 1872 foi designado professor da Universidade de Würzburg. O dogma da infalibilidade papal, proclamado em 1870, acentuou suas dúvidas religiosas e em 1873 ele decidiu abandonar o sacerdócio. Um ano depois publicou o livro Psychologie von empirischen Standpunkte (Psicologia do ponto de vista empírico), em que desenvolveu seu conceito de intencionalidade: conhecer significa captar algo, ter presente um objeto que não se reduz ao fato psicológico, mas é algo existente em si, real e empiricamente.
Mediante a recuperação do significado grego do termo "empírico" como relativo à experiência, Brentano defendeu uma psicologia que fosse ciência da alma, não limitada ao estudo experimental, mas baseada na análise das reações suscitadas pela experiência humana. Sustentou que a mente se refere aos objetos mediante diferentes formas de intencionalidade: a percepção e ideação, que incluem a sensação e a imaginação; o julgamento, que abarca atos de conhecimento, rejeição e aceitação; e o amor ou o ódio, que se estende aos desejos, intenções e sentimentos.
Até 1895 Brentano foi professor da Universidade de Viena, que abandonou para entregar-se inteiramente à pesquisa, e em 1911 completou suas teorias com Von der Klassifikation der psychischen Phänomene (Sobre a classificação dos fenômenos psíquicos). Sua obra exerceu grande influência e foi uma das bases do método fenomenológico desenvolvido por seu discípulo Edmund Husserl. Brentano morreu em 17 de março de 1917, em Zurique, Suíça.