Educação nos Séculos XVIII e XIX


Os movimentos intelectuais do século XVIII foram de caráter marcadamente aristocrático. Na França, Voltaire e os enciclopedistas defendiam a idéia de que a educação devia ser reservada a um grupo restrito. Tais concepções individualistas não deixaram de exercer influência sobre as classes cultas. Voltado contra o artificialismo e a superficialidade da educação clássica, Jean-Jacques Rousseau conclamou a um retorno às coisas da natureza. Suas idéias não representavam uma simples revolta transitória contra o convencionalismo reinante, mas a expressão exata de um novo estilo de vida e de uma nova educação, que influenciaram profundamente a Europa. O seu Émile representou uma verdadeira declaração de direitos da infância. Entretanto, sua insistência na eficácia da natureza, evidenciada na teoria de que o homem nasce bom e capaz de encontrar a felicidade, se entregue a seus próprios instintos, mostrou-se muito unilateral.

Kant insurgiu-se contra tais idéias: para ele, o elemento essencial da educação era a coerção, que pela formação dos hábitos preparava o jovem para receber como princípios de conduta as leis impostas de fora. Segundo Kant, o supremo guia da vida é a lei do dever, que sempre se opõe aos impulsos da inclinação.

A revolução francesa foi a segunda fase do movimento iniciado com a Reforma. Reafirmou a preponderância dos direitos naturais, de que derivou o direito que tem toda criança de ser adequadamente preparada para a vida. O reconhecimento desse direito teve como conseqüência a criação de um sistema nacional de educação, que é a característica fundamental da história da educação da maioria dos países no século XIX.

O educador suíço Johann H. Pestalozzi foi o primeiro a defender a generalização da instrução, e a Prússia a primeira nação a pôr tais idéias em prática. Na França e no Reino Unido, só nas duas últimas décadas do século XIX o estado demonstrou interesse pela educação das classes pobres.

O sistema de instrução pública se impôs em quase toda a Europa ocidental e nos Estados Unidos, e também estendeu-se às mulheres, que até então se achavam excluídas dos programas educacionais. Entre as causas de tais modificações destacou-se a convicção de que, com a crescente distribuição do poder político, o estado tinha o direito de exigir um mínimo de conhecimento de cada cidadão.

Veja também:
Ciências da Educação
Educação Contemporânea
Educação em Roma
Educação na Grécia
Educação na Idade Média
Educação na Sociedade sem Escolas
Educação no Brasil
Educação no Humanismo
Educação no Renascimento
Ramos da Educação

     
Digite aqui seu
E-mail para receber notícias de filosofia!








Se acaso qualquer informação do site estiver equivocada, por favor avise-nos que corrigiremos