Criação Criação é o nome que se dá à formação do universo e dos seres vivos, especialmente o homem. A necessidade de buscar explicações para sua própria origem levou o homem à elaboração de mitos, processo pelo qual se constituíram as religiões. Num segundo momento, de racionalização, formularam-se conceitos e propostas de sentido filosófico. Nesse plano, as respostas podem reduzir-se, esquematicamente, a três possibilidades: a auto-suficiência da matéria eterna, a emanação a partir da substância divina e a criação. Os mitos são soluções imaginativas que os povos elaboram a propósito dos problemas emocionais e cognoscitivos que lhes propõe sua existência, sua história e os fenômenos da natureza. A profundidade antropológica dos problemas permite que tais explicações, embora às vezes de aparência ingênua, encontrem ressonância em homens das mais diversas culturas. Ao mesmo tempo, a confluência de mistério, comprometimento emocional e insatisfação humana desloca o mito para o campo do sagrado. Um dos problemas fundamentais do homem, ao tratar de orientar-se no mundo de que faz parte, é a origem desse mundo. Entende-se por cosmogonia a teoria da formação do universo, muitas vezes atribuída a seres superiores ou a forças cegas e misteriosas, aos quais o homem fica subordinado, cujos desígnios podem ser eventualmente alterados mediante preces e exorcismos. Não há povo ou cultura que não tenha elaborado sua própria mitologia sobre a origem do mundo, às vezes por adaptação ou sincretismo de mitologias preexistentes. Em certo sentido, os mitos cosmogônicos são semelhantes ao pensamento filosófico sobre a origem das coisas. Mas, diferentemente da filosofia, baseiam-se num sistema de símbolos e, tendo em vista que constituem referência significativa para todo o modelo cultural de uma sociedade, incluem elementos racionais e irracionais. Os mesmos mitos podem ser tidos como origem da religião e da filosofia, mas segundo uma ordem e abrangência distintas. Veja também:
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